A ecologia industrial tem conceitos que remetem à necessidade de abordar as cadeias econômicas sob o ponto de vista científico presente na ciência ecologia. Inclui a necessidade de identificar um problema, analisá-lo, pesquisar alternativas que resolvam este problema e implementar as soluções que possam reduzir, mitigar ou compensar o impacto destas cadeias sobre o sistema ecológico.
Graedel e Allenby (1995) definiram o campo da ecologia industrial da seguinte maneira:
“Os meios pelo qual a humanidade pode deliberadamente e racionalmente abordar e manter uma capacidade de suporte, dadas a evolução econômica, cultural e tecnológica. O conceito requer que um sistema industrial seja visto não como isolado dos sistemas que o sustentam, mas em concerto com eles, É uma visão em termos de sistema no qual busca-se otimizar o ciclo total desde o material recém-extraído, ao material beneficiado, ao componente, ao produto, ao produto obsoleto e até o descarte final. Os fatores a serem otimizados são a energia, os recursos e o capital.”
Algumas palavras-chave do conceito: deliberadamente procurar soluções RACIONAIS para otimizar o ciclo total de produção, desde a extração do recurso renovável ou não-renovável até o beneficiamento, o consumo, o descarte e, supondo um sistema industrial sustentável, a reciclagem completa do que é descartado.
Há iniciativas ocorrendo em todo o mundo para construir “clusters” industriais onde se pretende atingir máxima produtividade com mínimo desperdício ou geração de resíduos. Envolve aí o design de produtos para a reciclagem, a adaptação de processos produtivos, o reaproveitamento de resíduos para gerar novos produtos.
Algumas destas iniciativas evoluem para os chamados “complexos eco-industriais” e já ocorrem na China, Japão e Austrália, além de algumas iniciativas de co-geração de energia no Brasil. Uma visão de futuro que contradiz certas visões apocalípticas de que o mundo está parado vendo uma catástrofe ambiental se aproximando.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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