Uma importante função dos profissionais de qualquer empresa e em qualquer ramo é contar com fontes de informação fidedignas das quais pode-se tirar conclusões e balizar estratégias de atuação. Há uns três anos acompanho a publicação inglesa “Environmental Finance”, a qual mostra as interfaces entre o mercado financeiro e a sua função primordial de fomentar o desenvolvimento sustentável por meio das finanças.
Aqueles que conhecem o blog sabem que um capítulo fundamental do relatório da UNEP sobre Economia Verde é o que se refere ao financiamento da transição da economia convencional para a economia verde.
No número deste trimestre há sinalizações bastante consistentes de que a emissão de títulos de crédito voltados para financiamento de empreendimentos que promovam a economia verde, especialmente em projetos de energia renovável e eficiência energética, estarão na ordem do dia nos próximos anos.
Claro, muitas das entrevistas são de gestores de fundos especializados em investimentos em sustentabilidade (sim, existem, e procuram retorno do investimento comparável com os demais fundos), cuja função é justamente fomentar o crescimento deste mercado, porém a visão que se extrai de seus depoimentos é de que as diversas iniciativas de investimentos baseados em princípios estão para tornar-se fonte importante de recursos para a sociedade.
Um exemplo de como o PRI está influenciando decisões de investimento é a exclusão de papeis de 23 empresas de carvão nos setores de geração e energia do portfólio de investimentos de um fundo de pensão norueguês. Uma sinalização ainda fraca, porém consistente, de que as decisões de investimento de fundos de pensão e seguradoras poderão incorporar os riscos ambientais em suas exigências de retorno e de que as empresas que procuram investimento terão que, efetivamente, mostrar resultados.
Pode ser o impulso que direcionará o mercado para adotar critérios de sustentabilidade cada vez mais restritivos.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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