O pressuposto de qualquer cadeia econômica é que o sistema ecológico é apenas um subsistema dela. Serve apenas como fonte de recursos e fosso para os resíduos dos processos produtivos. A partir dos anos 1980, esta visão passa a ser insuficiente para analisar a realidade dos impactos ambientais crescentes sobre os ecossistemas e a necessidade de se observar os limites impostos pelas realidades locais aos sistemas produtivos.
Para explicar a diferença e reforçar as similaridades entre a economia e a ecologia, o filósofo inglês Tim Hayward identificou que ambas as ciências, ao contrário da falsa contradição construída por alguns discursos obscuros, sempre deveriam ser aliados históricos. É o uso de recursos nos processos econômicos sem comprometer os processos ecológicos o real objetivo da economia (ou deveria ser) e que, quando o uso de recursos resultava em simples acumulação, a qualquer custo, de dinheiro e propriedade visando acumulação em curto prazo, este processo era chamado de CREMATÍSTICA pelos gregos.
Uma vez que os sistemas econômicos globais garantem a subsistência de bilhões de pessoas no mundo, temos que lutar com o que temos em mãos. A proposta é que os processos produtivos tenham claro os limites da produção e como seus impactos comprometem em longo prazo a habitabilidade local, regional e global, sem que haja o que se convencionou chamar de “displacement”, a exportação de impactos ambientais para outros países que aceitem receber por isso.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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