Em meio à festa do governo, das empreiteiras e dos cidadãos cariocas, preparada para a concretização da conquista das Olímpiadas 2016, penso que é hora dos políticos, sempre com horizonte de pensamento de no máximo quatro anos, deixarem de lado as tradicionais picuinhas e planejar as obras sob nova perspectiva: A da Sustentabilidade. Utilizar Análise de Ciclo de Vida de Produtos nas obras, novas formas arquitetônicas com base nos critérios do LEED, investir em TRATAMENTO DE RESÍDUOS, RECICLAGEM TOTAL do resíduo produzido nas obras e durante as Olimpíadas, recuperar os passivos ambientais da cidade, investir em mobilidade urbana, tudo sob a perspectiva da ECOLOGIA INDUSTRIAL e dos ciclos biogeoquímicos.
Se isso não for feito e a vontade geral for apenas investir em mais do mesmo, concreto, aço e vidro, teremos apenas mais um evento cosmético, para encher a cidade de turista e não aproveitar a oportunidade de investimentos para melhorar a cidade do Rio de Janeiro. A sustentabilidade foi tema das Olimpíadas 2000 em Sidney, que colocou a cidade em outro patamar de gestão ambiental. Por que não fazê-lo também por aqui?
Só mais uma coisa: Nada de estímulo ao “turismo sexual”. O Brasil é muito mais do que mulheres seminuas e liberalidade sem limites. Espero que não se caminhe nesta direção ao definir-se os espetáculos que serão apresentados durante os anos futuros para estimular o turismo na cidade.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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