Um ponto crucial para o financiamento da sustentabilidade tornar-se mainstream é que seja financiada competitivamente em comparação com as demais cadeias produtivas tradicionais.
O Reino Unido lançou em 29 de novembro de 2012 a iniciativa de um “Banco de Investimento Verde”, com aporte inicial de 4,8 bilhões de dólares até 2015, cujo objetivo é o financiamento de iniciativas em três principais tipos de operações:
1. Produção de energia eólica offshore
2. Gestão de resíduos e bioenergia
3. Eficiência energética em domicílios e industrias
A proposta deste banco é que comece a atrair capital privado para realizar os investimentos em sustentabilidade tão necessários e ao acompanhar a mudança de padrões produtivos.
Dentro da linha condutora deste blog, já apontamos que o relatório “Towards a Green Economy” do PNUD indica a necessidade crucial de mecanismos de financiamento da economia verde.
No Brasil, temos diversas linhas de crédito que, consolidadas, poderiam funcionar como fomento da economia verde. O PROINFA, do BNDES, financia energia limpa e conversão para maior eficiência produtiva em empresas.
O novo ambiente de negócios aos quais os bancos privados e públicos estão sujeitos, com maior competitividade, menores taxas de juros e menores taxas de retorno, representam uma pressão para inovação e diferenciação, bem aos moldes do esquema pressão -> mudança de estado -> resposta.
A proposta aqui é que algum destes bancos brasileiros olhe para a iniciativa do Banco de Investimento Verde adote a postura da sustentabilidade sem o tradicional greenwashing e financie a implantação da economia verde no Brasil.
Querem um exemplo? Que tal adotar cidades médias e transformá-las, por meio de parcerias estratégicas com o poder público e empresas como a Siemens ou Samsung em cidades inteligentes, com melhor gestão do consumo de energia, mobilidade urbana eficiente, qualidade de vida e apresentar tais cidades como vitrines da atuação de parcerias estratégicas?
Está faltando isso no Brasil. Vamos?
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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