Um artigo bastante interessante na Environmental Finance é sobre os “stranded assets”, ou fundos cujas aplicações estão em fontes de combustíveis fósseis com alto custo de extração. A instituição Carbon Tracker Initiative (CTI) elaborou uma análise de risco sobre estes fundos, considerando a demanda por petróleo, as emissões de carbono, o risco envolvido na exploração e os possíveis movimentos políticos para reduzir ou limitar as emissões para a atmosfera com potencial para acelerar as mudanças climáticas.
O relatório do CTI apresenta uma curva do “carbon supply cost curve”, na qual afirma que projetos que apresentam um custo por barril de petróleo acima de USD 95 apresentam um risco maior de virarem títulos encalhados. Ora, sabe-se que o custo do petróleo é uma variável importante na decisão de explorar o petróleo em reservas mais caras para alcançar, como o pré-sal da Petrobras, ou investir em novas tecnologias com custo de geração competitivo.
As decisões de explorar fontes de petróleo com alto custo ao invés de diversificar as atividades de energia de empresas petrolíferas, transformando-as em provedoras de soluções em energia, atrasa as soluções em direção a um mundo mais seguro e com menos episódios climáticos extremos. O limite de aumento em 2 graus centígrados como limite é uma questão séria o suficiente para entrar nos modelos de risco de governos e empresas. Não se pode jogar dados com evidências científicas.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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