Um relatório interessante publicado pela UNEP, juntamente com a Universidade de Cambridge e o IIGCC (Institutional Investors Group on Climate Change) analisa as interações entre o Sistema Financeiro e os investimentos necessários para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
Neste documento foram evidenciados cinco pontos-chave, relacionados abaixo:
1. As mudanças climáticas afetarão todos os setores da economia e são relevantes para investidores e instituições financeiras
2. Há riscos e oportunidades associados com as ações tomadas para reduzir as emissões globais, incluindo, segundo o documento, a redução significativa dos investimentos em extração de combustíveis fósseis e geração de energia com base nestes compostos, com aumento significativo de investimentos em produção de energia de baixo carbono e eficiência energética.
3. Os impactos físicos das mudanças climáticas afetarão a agricultura, a produção e de alimentos, infra-estrutura, padrões de precipitação e suprimento de água, sendo que as implicações ainda não estão completamente mapeadas.
4. As decisões adotadas por investidores privados e instituições financeiras terão maiores influências em como a sociedade responde às mudanças climáticas.
5. Haverá demanda significativa por capital, com necessidade de aporte do setor privado para supri-la. Estima-se que somente no setor de produção de energia seriam necessários entre USD 190 e USD 900 bilhões por ano até 2050, com a saída progressiva das energias fósseis para as de baixo carbono, especialmente a nuclear e demais renováveis.
Ainda que não sejam novidades, há novamente o reforço por parte de organismos globais e do grupo IIGCC sobre a necessidade de financiar e investir em energias com menor emissão e na eficiência energética. Lembramos que os “greenbanks” e os títulos de crédito verdes, muitas vezes citados no blog, visam justamente incrementar a quantidade de recursos disponível para investimento em eficiência energética e fontes renováveis de energia.
Os impactos físicos das mudanças climáticas estão sendo sentidos com maior frequência e intensidade, com maiores perdas econômicas também, e os riscos de diminuição brusca de atividade econômica não podem ser negligenciados.
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