O relatório lançado pela Agência Ambiental Europeia em outubro de 2014, intitulado “Environmental Impacts of Production-Consumption Systems in Europe” apresenta os impactos sistêmicos dos padrões europeus de consumo e produção, com os impactos sobre ecossistemas de outras partes do mundo.
É interessante porque incorpora a visão das cadeias globais sob o ponto de vista dos impactos ambientais, sociais e econômicos, positivos e negativos, na cadeia global de suprimentos. Demonstra de forma interessante a incorporação do Life Cycle Thinking nas análises dos impactos globais causados pela indústria de roupas, alimentação e eletrônicos e sugere políticas para redução em médio/longo prazo nas três cadeias produtivas.
Os principais pontos evidenciados no relatório referem-se ao reconhecimento explícito de que os padrões de vida dos europeus tem impactos ambientais em diferentes locais do mundo. Alimentos das Américas do Norte, do Sul e África e eletro-eletrônicos e roupas da Ásia demonstram a interconectividade das cadeias produtivas e o chamado displacement dos impactos ambientais.
Dentre as alternativas para gestão e redução de impactos coloca-se em evidência a gestão de cadeias produtivas fora do espaço da União Europeia, possivelmente com maior controle sobre a certificação de processos produtivos e produtos importados, incremento de políticas de reciclagem e reaproveitamento, com a implementação mais ampla da responsabilidade estendida aos produtores, maiores exigências de eficiência para produtos eletrônicos, redução da produção de resíduos de alimentos e a mudança dos padrões de consumo da população por meio de ações de comunicação.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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