Um dos indicadores mais efetivos de que o mercado financeiro é um ator crucial para o desenvolvimento de uma economia sustentável são os movimentos observados por atores importantes em temas relacionados à economia verde e à estruturação de operações financeiras viáveis.
A revista especializada Environmental Finance publicou em maio um artigo sobre o Cubico Sustainable Investments, fundo de Investimentos composto pelo Santander global, em parceria com os fundos de pensão dos professores de Ontário, Canadá, e o Comitê de investimentos de pensões do serviço público, também canadense.
Com um patrimônio inicial de US$ 2 bilhões, O objetivo deste fundo é financiar 19 projetos em energia solar, energia eólica e gestão de recursos hídricos localizados no Brasil, México, Uruguai, Itália, Portugal, Espanha e Reino Unido.
A expectativa dos gestores do fundo é dobrar o portifólio de investimentos sustentáveis em até cinco anos, aproveitando uma possível guinada na Economia Global em virtude da necessidade de investir na Economia Verde e dos possíveis estímulos que serão dados pelos governos a partir das negociações na COP de Paris.
Momento propício
No momento em que se discute como atrair investimentos para o Brasil em infraestrutura e que as recentes crises de recursos hídricos em diversos estados e de energia em todo o país foram evidenciadas, torna-se mais urgente que tenhamos projetos sustentáveis viáveis sob o ponto de vista financeiro e ambiental, com remuneração adequada para os investidores e com mecanismos fortes de compliance e governança.
Ao lembrar os gargalos em infraestrutura, em produção de energia sustentável e em gestão de recursos hídricos (captação, tratamento e disposição), vemos, na verdade, que o Brasil tem um grande potencial de atração de investimentos, desde que determinados stakeholders governamentais deixem o mercado trabalhar.
Adicionalmente, temos que parabenizar o Santander e o Itaú pelos sinais que dão ao mercado de que o investimento em sustentabilidade está entrando em seu DNA.
Vamos trabalhar para que haja incremento significativo nos investimentos em energia e água nos próximos anos e que o Brasil finalmente consiga aproveitar tais oportunidades.
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