O Banco holandês ING disponibilizou uma publicação no site da environmental finance sobre Finanças e o fomento da Economia Circular. Quem acompanha o blog sabe que a proposta da Ecologia Industrial é justamente que as economias se pareçam cada vez mais com os ciclos biogeoquímicos e com a circularidade dos fluxos de materiais, guardadas as limitações da transposição do conceito ecológico para a economia.
Este material evidencia a necessidade de passar do estágio da economia do consumo e descarte para a da redução dos ciclos de consumo, do reuso e da reciclagem, como se preconiza na Ecologia Industrial. O mais interessante do material, no entanto, é citar o desenvolvimento de novos modelos de negócios para instituições financeiras, para que o financiamento de cadeias produtivas sustentáveis passe a ser o core business e não uma atividade considerada muitas vezes marginal.
As premissas utilizadas para desenvolver o trabalho baseiam-se na identidade IPAT, onde o impacto é diretamente proporcional à população, à afluência (i.e. a cesta de consumo da classe média crescente) e às tecnologias de produção e as diversas iniciativas já conhecidas em gestão ambiental pública e privada. Consideram o cenário de maior urbanização, uma população mais velha e com maior disponibilidade de recursos para consumo.
A maior novidade do trabalho, no entanto, é a incorporação do vocabulário da economia circular ao material de um banco holandês de relevância global. O movimento de green banking tem sido acompanhado e tem evoluído ao longo do tempo, com indicadores claros de maior captação de recursos para investimento em empreendimentos ligados à energia renovável e gestão de resíduos e recursos hídricos, bem como da mudança de padrões de produção e consumo.
A proposta do ING avança ainda mais no sentido de cadeias produtivas sustentáveis e respalda-se fortemente nos conceitos e trabalhos realizados em ecologia industrial, incluindo o fomento aos ecossistemas industriais e o design for environment. Tais conceitos estão presentes no livro clássico de Brad Alenby – Industrial Ecology, Policy and Implementation, cujos conceitos vão pouco a pouco sendo inseridos nos sistemas produtivos em diversas partes do planeta.
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