Os objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU abordam necessidades comuns dos países em promover investimentos e desenvolvimento de suas economias, ao mesmo tempo em que melhorem a qualidade de vida da população e promovam a conservação ou uso racional de recursos ambientais.
São 17 metas para impulsionar políticas públicas e promover o desenvolvimento sustentável, nas suas perspectivas econômicas, ambientais e sociais, com base no conceito de utilização dos recursos naturais para suprir as necessidades das gerações atuais sem comprometer a disponibilidade de recursos para necessidades das futuras gerações.
São incorporadas às metas diversas necessidades sociais, tais como saúde, saneamento, educação, paz, justiça, igualdade, dentre outros, e uma das principais questões que surgem desta extensa agenda é como mobilizar recursos para suprir tais necessidades?
Os bancos de desenvolvimento internacionais, tais como BID, Banco Mundial e Corporação Andina de Fomento, tem investido em estratégias para mobilizar recursos privados dos países para investimentos em projetos que tenham por objetivo suprir alguns dos objetivos do desenvolvimento sustentável.
A estratégia utilizada tem sido denominada de “blended finance“, onde o capital público ou destes bancos se aliam ao capital privado para abordar necessidades específicas de capital onde possam causar impacto social e ambiental positivo e gerar lucros para os investidores públicos e privados.
Fonte: OECD – Making blended finance work for the sustainable development goals (2018)
O mecanismo de blend e de mobilização de recursos privados agrega às captações a necessidade de eficiência na utilização de recursos, com resultados verificáveis, e a verificação periódica dos resultados gerados por terceira parte, reduzindo a possibilidade de corrupção relacionada a processos não eficientes de gestão pública e agregando velocidade na aplicação de recursos e geração de resultados.
Esta agenda do blended finance conecta-se diretamente à percepção consolidada de investidores institucionais, investidores privados e poupadores de que a abordagem deficiente dos problemas sociais e ambientais aumenta os riscos e reduz os retornos.
Esta percepção tem funcionado como pressão adaptativa sobre o sistema financeiro global, que por sua vez tem sido demandado pelos seus clientes (diga-se fundos de pensão, grandes investidores, dentre outros) sobre as externalidades sociais e ambientais geradas pela aplicação de seus recursos e sobre o impacto que produzem sobre as sociedades.
A conexão dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável com as finanças tem potencial de acelerar as soluções para problemas sociais e ambientais e apresenta-se como tendência para os próximos anos. Resta saber, no caso do Brasil, se conseguiremos aproveitar esta disposição das instituições financeiras internacionais, nacionais e investidores brasileiros para gerar projetos que supram nossas necessidades de melhorias em indicadores sociais e ambientais.
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