A Fundação Ellen MacArthur tem sido um dos grandes think tanks para a disseminação das práticas em Economia Circular. A Economia Circular, conforme publicamos ontem, baseia-se na analogia com sistemas ecológicos naturais, onde há um sistema materialmente fechado e energeticamente aberto em equilíbrio dinâmico, adaptativo e por vezes disruptivo.
A adoção dos conceitos de economia circular pelas empresas tem ocorrido de forma consistente. Cada vez mais, em todo o mundo, as empresas tem preocupado em tornar seus processos produtivos mais eficientes, reduzindo os desperdícios e aumentando a eficiência do uso de materiais e de energia. Obviamente, dado o fluxo exponencial de informações disponíveis para os indivíduos, há pessoas interessadas em investir em modelos de economia circular, tendo em vista que as empresas que adotam tais parâmetros e conceitos em suas atividades usualmente gerem de maneira mais efetiva suas externalidades ambientais e econômicas e promovem benefícios adicionais aos seus ecossistemas.
O Fundo BlackRock é o maior gestor de fundos privados do mundo e em aliança recente com a Fundação Ellen MacArthur iniciou um movimento que aproximará investidores e empresas comprometidas com o fechamento destes ciclos materiais e ciclos energéticos, bem como alinhará estes investidores com as megatendências globais relacionadas às mudanças climáticas (adaptação e mitigação), escassez de recursos, inovações disruptivas e urbanização acelerada. Um ponto importante a destacar-se, também, ao tratar do maior Fundo Global, é a exclusão de investimento em empresas de carvão e petróleo e gás, o que remete um forte sinal para as demais gestoras de recursos.
A iniciativa dos dois parceiros envolve a alocação de recursos de investidores em três principais categorias de empresas:
• Incentivadoras: Empresas que adotam os princípios de Economia Circular em suas operações com impacto positivo primordial no valor da empresa.
• Viabilizadoras: Empresas provedoras de soluções para outras empresas tornarem-se circulares, como por exemplo provedoras de plataformas de revenda ou compartilhamento, tecnologias para reciclagem e inovação.
• Beneficiárias: Empresas que beneficiam da transição para a economia circular, como por exemplo aquelas que tem a demanda por seus produtos sustentáveis aumentada pela redução da demanda por produtos não sustentáveis. Se há uma disposição do mercado em mover-se nesta direção e cada vez mais investidores interessados em soluções que reduzam a pegada humana no planeta, seguramente aparecerão empresas dispostas a desenvolver processos produtivos inovadores, bem como produtos com menor impacto ambiental por unidade.
Sob o ponto de vista da alocação de recursos por parte de investidores, a aproximação da gestora com o think tank pode ocasionar movimentos sinergísticos interessantes, acelerando a transição para uma economia de baixo carbono e sustentável, mais eficiente.
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