A produção de energia demanda infraestruturas diversas para sua transmissão e distribuição. Como bem sabemos, esta infraestrutura para que os processos econômicos aconteçam também exigem manutenção constante e atualização tecnológica, dentre outros processos que assegurem que a eficiência no uso de energia seja mantida ou apresente incremento, visto que tudo que é produzido está sujeito à depreciação e perda de eficiência.
Artigo da Scientific American reforça a necessidade de que a infraestrutura necessária para produzir, transmitir e distribuir energia renovável (não somente) seja planejada e implementada sob os conceitos de Life Cycle Thinking (LCT) e Design for Environment (DfE), adotando de saída a perspectiva de levantar os potenciais impactos de materiais e processos necessários para gerar os produtos desta cadeia produtiva, causando o menor impacto possível desde a fase de planejamento até a fase de descomissionamento, descarte ou reaproveitamento de materiais.
A falha de design foi citada na Scientific American em virtude da quantidade crescente de resíduos sendo gerados pela energia eólica (pás grandes cujo descarte e reaproveitamento é antieconômico, sendo frequentemente abandonados no local onde foram instaladas) e os gerados pela energia solar (cujos materiais não são facilmente reaproveitados a um custo competitivo com o simples descarte).
Fonte: Scientific American (acessado em 17/10/2019)
O pesquisador Martin Keller do Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos ressalta que para sustentar que as energias renováveis de fonte eólica ou solar são as alternativas mais limpas possíveis em comparação com as demais energias produzidas exigiria que princípios da economia circular fossem incluídas desde a fase de design até a fase de descarte, descomissionamento ou reaproveitamento dos materiais utilizados na estrutura de geração.
A proposta de LCT e DfE são incorporadas nas práticas de Ecologia Industrial, cujo principal objetivo é de que os processos econômicos com impacto sobre o meio ambiente mimetizem os conceitos ecológicos de ciclagem de nutrientes em sistemas materialmente fechados e energeticamente abertos, criando um ecossistema complexo de atores em determinado espaço geográfico e tempo que aproveitem os recursos locais de forma a promover a maior eficiência e o menor acúmulo de resíduos possível.
Para o autor do artigo somente a abordagem da Economia Circular aplicada à extração, beneficiamento, produção, uso e descarte ou reaproveitamento de materiais agregaria o atributo de sustentabilidade a esta cadeia produtiva.
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