A tipologia dos ecossistemas industriais foi sugerida por Allenby, que identificou nos sistemas produtivos um processo co-evolutivo que leva ao conceito de resíduo zero e aproveitamento total.
Recuperemos primeiramente o conceito de ecossistema: Um ecossistema apresenta componentes bióticos e abióticos. Os bióticos são os seres vivos que o compõem e os abióticos são os recursos locais necessários para sustentar os sistema biótico. Existem relações de dependência entre os diversos componentes e estas relações são baseadas nos fluxos de informação, de matéria e energia.
Um sistema industrial apresenta também diversos componentes que se interrelacionam e provocam trocar de energia, matéria e informação. Dependendo do nível de evolução, Allenby (1999) construiu os seguintes esquemas:

O primeiro tipo é o tipo de indústria ainda predominante: O processo produtivo é linear e o descarte de resíduos ocorre no ambiente. A ideia subjacente ao processo é a de que os recursos são ilimitados, assim como a capacidade de assimilação de resíduos do ambiente.
O segundo é uma evolução do primeiro, mas ainda representa descarte de matéria no ambiente, com um processo ainda ineficiente de uso de materiais e energia. Já funciona sob o conceito de restrição de acesso a recursos e limitada capacidade de suporte do ambiente.
O terceiro tipo permite o fluxo de energia e materiais entre os componentes do ecossistema, com a incorporação de tecnologia e informação, tendo por resultado um sistema de resíduo zero. Um sistema aberto quanto ao uso de energia e fechado quando ao fluxo de materiais.
Para saber mais sobre o tema, sugiro o livro “Industrial Ecology: Policy and Implementation”, de Brad Allenby. Para início de conversa sobre Ecologia Industrial, é o livro texto básico para todos os interessados em Ecologia Industrial.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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