Jeffrey Barber escreveu há alguns anos um importante artigo propondo um agrupamento das diversas ações que remetem à sustentabilidade (aqui). Uma das ações importantes apontadas pelo autor é o direito de saber (tradução livre de right-to-know), onde os consumidores, munidos de informações qualificadas sobre os produtos (não somente as que a propaganda dos produtos dizem), decidiriam pelo consumo com base na comparação entre suas características. Pois bem. A União Europeia disponíbilizou um vídeo sobre a importância de se conhecer bem o produto que se adquire, mostrando de forma divertida os produtos químicos que estão presentes em nossas compras mais banais.
https://www.youtube.com/watch?v=WSWIAEDJfSg&feature=youtu.be
Acho muito interessante a ideia de right-to-know, desde que a fonte das informações não seja somente a empresa que produz tem interessese diretos em vender mais e mais e desde que a agência reguladora não tenha interesses políticos e funcione efetivamente e tecnicamente como agência reguladora. Para isso, depende-se também de um sistema educacional que sensibilize os alunos e consumidores para o tema. Creio, porém, que a ideia de uma decisão racional na hora da compra não é algo que esteja equacionado em país algum do mundo. Alguns economistas costumam achar que existe, porém se soubéssemos todas as informações sobre todos os produtos não conseguiríamos tomar uma decisão.
Outra ação apontada por Jeffrey Barber que pode ajudar na decisão é a adoção da abordagem de ciclo de vida de produto, que promove uma comparação entre os impactos ambientais gerados no processo produtivo e em tese permite ao consumidor a opção pelo produto com menor impacto total. Muito interessante, porém diversas empresas combatem esta iniciativa, visto que o cálculo do impacto total evidenciaria o que algumas delas precisam esconder.
Curtir isso:
Curtir Carregando…
Published by
Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
Deixe um comentário