Green bonds são títulos para captação de recursos cuja destinação é a aplicação em projetos vinculados aos temas da Economia Verde. Envolvem um complexo sistema de captação, verificação por segunda parte e finalmente o relato dos resultados obtidos e podem ser emitidos por entidades estatais, empresas ou bancos visando captar recursos de grandes investidores institucionais, indivíduos ou fundos.
Na revista Environmental Finance deste outono foram publicados artigos que demonstram os argumentos para o investimento preferencial em green bonds. Diversos gestores de fundos afirmam que para que uma empresa emita um green bond sua política de sustentabilidade deve estar bem consolidada internamente.
Uma política consolidada de sustentabilidade e que perpassa as atividades da instituição, seja ela privada ou pública, demonstra o compromisso não somente com os retornos sustentáveis, concretizados em políticas de Governança, sociedade e ambiente integrados, mas também com a gestão do risco reputacional, sinalizando uma preocupação com o longo prazo.
As instituições que agregam a emissão de green bonds para aplicação em projetos relacionados à Economia Verde poderão representar a linha de frente em investimentos em sustentabilidade no período pós-COP 21 e aumentar a atratividade para investidores externos.
Em período de crise, como passamos no Brasil, a emissão de green bonds por instituições públicas e privadas sinalizariam que os mecanismos de gestão em Ambiente, Sociedade e Governança estão evoluindo, servindo como sinais de atratividade para instituições multilaterais.
Ao agregar uma política de longo prazo relacionada à Economia Verde, nos moldes dos conceitos trabalhados no relatório da UNEP, com a emissão de green bonds por bancos públicos e privados, um ciclo de crescimento pode ser criado, atraindo novos recursos para projetos altamente demandados em nossas grandes cidades e em nossa infraestrutura.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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