O terceiro capítulo do relatório “Towards a Green Economy” foca na Água. Apesar de tudo que já tem sido feito, todos os cenários apontam para a necessidade de investimento em processos mais eficientes sob o ponto de vista do uso da água. A produção agropecuária, responsável pelo consumo anual de 70% do volume total, precisa investir em eficiência no uso do recurso.
Três são os pressupostos utilizados na construção do relatório e que podem ser tomados como indicativos de caminhos.
1. A disponibilização de água deve atingir a todos os habitantes do planeta. Aproximadamente 1 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável e 2,6 bilhões não tem serviços sanitários. Mais grave: 1,4 milhão de crianças morrem anualmente por causa da falta de acesso à água potável e serviços sanitários.
2. A gestão atual das águas e serviços sanitários geram custos sociais e ineficiência econômica. A disponibilização de água e serviços sanitários à toda população global liberaria tempo para outras atividades econômicas e menos horas de trabalho perdidas em função de doenças de veiculação hídrica. Considera-se que o acesso adequado à água e serviços sanitários é o fundamento básico de uma Economia Verde.
3. Business-as-usual não resolve o problema do acesso ou do consumo acima da taxa de reposição. Sem investimentos em eficiência no uso da água, a demanda de água ultrapassará a oferta em 40% nos próximos 20 anos. Supõe-se que os investimentos em infraestrutura, novas tecnologias e políticas de gestão de recursos hídricos adequadas responderão por 60% dos ganhos futuros em eficiência, enquanto os restantes 40% viriam de novas represas e usinas de dessalinização. A falha em fazer estes investimentos resultará em crises humanitárias globais com causa em água insuficiente.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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