Segundo o relatório, três pontos principais devem ser enfatizados ao tratar as florestas sob o ponto de vista da economia verde.
1. As florestas são fundamentais para a economia verde e sustentam várias cadeias produtivas e modos de vida. Os bens e serviços providos por elas suportam 1 bilhão de pessoas. Madeira, papel e produtos das fibras são uma pequena parte do GDP global, mas os serviços ecossistêmicos tem um valor econômico ainda não calculado. São mais de 50% das espécies globais vivendo em florestas, a regulação do clima global pela estocagem de carbono em biomassa, a proteção de bacias hidrográficas. As florestas são fundamentais para a “infraestrutura ecológica” que sustenta o planeta. Isso remete aos conceitos básicos da economia ecológica, onde o planeta tem uma capacidade limitada de servir de fonte de recursos e sumidouro de emissões.
2. A gestão de florestas visando o curto prazo para ganhos exclusivamente privados pode comprometer a capacidade de gerar renda. A taxa de desflorestamento é de 13 milhões de hectares por ano, com a perda de biodiversidade e serviços ambientais associados. Apesar do plantio de 8 milhões de hectares por ano, ocorre a perda de ecossistemas únicos. Este desflorestamento é causado por maior demanda por produtos madeireiros e pressão por outros usos da terra, em particular por agricultura e criação de gado. Estima-se, por exemplo, que a manutenção das florestas por meio da redução do desflorestamento em 50% contribui para a regulação do clima global e apresenta um benefício três vezes superior ao custo de exploração.
3. As negociações internacionais e nacionais sobre o REDD (retribuição por desmatamento evitado) podem levar ao estabelecimento de um mercado para a gestão sustentável de florestas, inclusive fomentando a gestão dos serviços ecossistêmicos e os empregos gerados a partir da exploração sustentável destes ativos.
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Marcio Gama
O cérebro é nossa maior especialização e nos faz humanos e complexos, capazes de pensar, gerir riscos e planejar o futuro.
Nos adaptamos a todos os ambientes conhecidos e aprendemos a utilizar os recursos para nossa sobrevivência. Nesta caminhada, aprendemos a nos adaptar.
Tentamos resolver os problemas que criamos e esta é a parte da nossa caminhada neste planeta, o único que temos.
Sou Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental e Especialista em Gerenciamento de Projetos e as análises que faço aqui refletem a minha visão sobre o tema, balizada em artigos científicos e informações de fonte fidedigna e relevantes. Espero que curtam os textos.
Pequena bio…
Biólogo, Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, especialista em gerenciamento de projetos, trabalhou no Banco do Brasil de 1987 a 2022. Trabalhou com projetos sociais na Fundação Banco do Brasil, com repasses da União Europeia para o Programa de Proteção de Florestas Tropicais do G-7, trabalhou com a Agenda 21 Empresarial e o Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil, geriu o Programa Agua Brasil de 2015 a 2019, com finanças sustentáveis e diretrizes de sustentabilidade para o crédito, com critérios socioambientais a serem observados na agricultura e pecuária, com o framework para emissão de títulos de divida verde, sustentáveis e sociais, certificação ISO 14001, trabalhou na área de inteligência empresarial com o monitoramento de tendências, temas emergentes e incertezas em sustentabilidade, representou o Banco do Brasil no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Carbon Disclosure Project (CDP).
É Sócio-Diretor da ZAPQ Cenários Sustentáveis e Diretor Financeiro da SIS – Soluções Inclusivas Sustentáveis – ONG que advoga pela inclusão da sustentabilidade na estratégia dos componentes do Sistema Financeiro Nacional. É Membro da Sociedade Internacional para Economia Ecológica desde 2013 e da Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial desde 2005.
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