Os Parques Ecoindustriais (Eco Industrial Parks – EIP) baseiam-se nas premissas da Simbiose Industrial, que é uma proposta para organizar arranjos produtivos locais baseados nos conceitos de auto-organização de instituições, com a troca de materiais e energia dentro de processos produtivos para aumentar a eficiência dos sistemas, bem como a geração e transmissão de conhecimentos entre os componentes do ecossistema local.
O artigo “What makes Eco-transformation of Industrial Parks Take Off in China?”, de Yu, Dijkema e de Jon, publicado no Journal of Industrial Ecology, analisa as condições para induzir a formação de parques Ecoindustriais em duas áreas da China e quais instrumentos de gestão ambiental pública e privada foram adotados para implementar e estabelecer este tipo de organização.
A política de EIP (Eco-industrial parks) na China foi lançada em 2001 e foi responsável pela criação de 26 parques demonstrativos do conceito de Simbiose Industrial, com a aprovação de outros 66 programas piloto em fase de implantação, que dialogam com as políticas ambientais e as necessidades do país.
Os instrumentos de gestão ambiental pública e privada utilizados para promover a implementação variam de um parque Ecoindustrial para outro. A utilização de instrumentos econômicos até a formação de redes para difusão de informações permite que a implementação tenha sucesso.
Dentre os instrumentos citados no artigo, destacamos a precificação dos recursos ambientais e rejeitos, o fomento à adoção da ISO 14001 pelas empresas, inclusive com subsídios, a implantação de usinas de tratamento de resíduos, a cogeração de energia, as auditorias ambientais periódicas para verificação de conformidade e do cumprimento de metas, a transparência da divulgação de informações ambientais, o treinamento e disseminação de tecnologias limpas e a formação de redes de colaboração para fomentar a participação de empresas.
Os instrumentos de gestão utilizados não são novidades. Qualquer interessado em gestão ambiental pública ou privada os conhece e aplica em suas atividades e conhece políticas, planos ou programas implementados de forma não integrada.
A novidade é, no entanto, a aplicação de todos eles em conjunto em um tipo de abordagem territorial e participativa, tendo por conceito básico a Simbiose Industrial e seu conceito derivado de Parques Ecoindustriais, com a participação dos atores locais (empresas, governos e sociedade civil) visando o crescimento econômico, a redução do consumo de materiais e energia, o controle da poluição e a melhoria dos processos administrativos e de gestão.
A implementação do conceito às indústrias nas regiões chinesas citadas no artigo consolidam a disposição de resolver os problemas que nós mesmos criamos por meio de abordagens colaborativas visando aumentar a eficiência produtiva.
O conceito faz parte do campo de estudo da Ecologia Industrial e é um arranjo produtivo local cujo ponto de partida é a Economia Circular e a organização territorial de forma a reduzir os impactos ambientais totais da região. A conferir a evolução das iniciativas.
Deixe um comentário