A mobilidade urbana e na movimentação de produtos é um tema extremamente importante e que impacta diretamente o dia a dia de bilhões de pessoas em todo o mundo. Os principais pontos ressaltados no Relatório da UNEP referem-se diretamente à racionalização do uso do transporte e do investimento em mais e mais eficiência no transporte, especialmente em grandes cidades.
Seguem os principais pontos:
1. Os padrões atuais de mobilidade, fortemente ancorados no uso de petróleo e óleo diesel, geram danos ambientais, sociais e econômicos e são altamente insustentáveis. Os transportes consomem mais de metade dos combustíveis fósseis líquidos e emitem um quarto dos gases de efeito estufa. Além disso, geram 80% da poluição nas áres urbanas, causam mais de 1,27 milhão de acidentes por ano e tráfego congestionado nas áreas urbanas. Adicione-se que os cenários mostram que haverá ainda mais crescimento da frota global.
2. Os custos para a sociedade crescerão com o aumento das frotas de automóveis. Estimativas mostram que a frota de veículos em todo o mundo aumentará de 800 milhões para 2 a 3 bilhões em 2050, com o crescimento ocorrendo mais em países em desenvolvimento. Também o movimento de transporte aéreo aumentará exponencialmente e as emissões relacionadas ao transporte marítimo aumentarão em 250%.
3. A estratégia de investimento para transformar o setor envolve a promoção do acesso ao invés da mobilidade, a mudança para tipos de transportes menos danosos ao ambiente e o aumento da eficiência de automóveis, especialmente aqueles com menor uso de carbono e poluição. Hidrovias, ferrovias e eficiência de motores serão cruciais para o aparecimento de uma política de transporte verde.
4. Investimento em transporte público e eficiência gera retornos econômicos excepcionais, com a redução em 70% das emissões de Gases de Efeito Estufa. Porém, tal redução somente seria possível com o investimento em infraestrutura e eficiência e redução do volume de veículos em estradas em aproximadamente 1/3 até 2050.
5. As condições para a mobilidade sustentável (ou verde) envolve medidas em políticas públicas, especialmente as relacionadas à gestão do uso da terra, com transporte de massa em corredores, regulação de combustíveis e veículos, informação aos consumidores e indústrias, subsídios para transporte público ao invés do transporte privado, adoção de tecnologias limpas para mobilidade, capacitação de órgãos responsáveis pela regulação da área de transportes em cooperação com outros setores.
Para mim, esta é um dos maiores desafios. Pensemos, por exemplo, nos cartéis de transportes públicos ineficientes. O governo teria de lutar bravamente para impor novos tipos de transportes limpos. Em Brasília, por exemplo, poderíamos ter um sistema de “trams” semelhantes ao de Amsterdam no Plano Piloto, com quatro rodoviárias para distribuição para as cidades satélites. Uma das faixas de cada eixinho e uma faixa de cada pista do monumental seriam utilizadas para tanto. Resolveríamos uma série de problemas. Fica a dica.
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